Papo de Líder debate indústria imobiliária e habitações de interesse social
em CBIC, 14/março
Na última quarta-feira (13), foi realizado o terceiro encontro do “Papo de Líder” de 2024, promovido pela Comissão de Responsabilidade Social (CRS) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O projeto visa expandir o conhecimento dos membros do grupo CBIC Jovem e fomentar uma maior integração entre a equipe e os líderes das comissões da entidade. O encontro teve como tema de debate a indústria imobiliária e as habitações de interesse social.
Na interseção entre a construção e a indústria imobiliária, existe uma parceria essencial para o desenvolvimento de projetos habitacionais de interesse social. Esta colaboração é um pilar importante na busca por soluções habitacionais acessíveis e de qualidade para a população de baixa renda.
Segundo o vice-presidente da Comissão de Habitação de Interesse Social da CBIC, Clausens Roberto, o Brasil tem em torno de 6 milhões de moradias faltantes, apesar da produção considerável de imóveis. “O déficit habitacional hoje está em torno de 6 milhões de moradia, e já está nesse patamar há 10 anos. A gente vem produzindo uma quantidade significativa de imóveis e ainda assim, por conta do crescimento populacional e por outras questões sociais, esse déficit permanece nesse mesmo patamar”, ressaltou.
O país enfrenta um desafio no cenário habitacional, com dados alarmantes revelados pela Fundação João Pinheiro e a Campanha Despejo Zero. Segundo a última pesquisa, em 2019 o país já registrava um déficit habitacional de 5,876 milhões de moradias, número que não considera o impacto da pandemia. Entre agosto de 2020 e maio de 2022, o aumento exponencial de 393% no número de famílias despejadas destaca a gravidade da situação, representando 8% dos domicílios do país.
Roberto reforça que as políticas habitacionais vão além do programa Minha Casa Minha Vida. “A política habitacional para o combate desse déficit é muito mais ampla do que o Minha Casa Minha Vida, porque o programa é focado em produção habitacional. Para o combate ao déficit existem outras coisas também que são importantes, como a questão de locação social, regularização fundiária, melhorias habitacionais, melhorias urbanísticas de comunidades, uma série de programas que a Comissão se debruça”.
“Um dos principais objetivos da Comissão é justamente tudo que envolve a habitação de interesse social e o combate a esse déficit habitacional”, concluiu.
A indústria imobiliária, com sua experiência em desenvolvimento de projetos e gestão de empreendimentos, desempenha um papel crucial na concepção e implementação de habitações que atendam às necessidades específicas das comunidades de baixa renda. Através de parcerias estratégicas com construtoras e incorporadoras, são viabilizados projetos que visam não apenas a construção de moradias, mas também o desenvolvimento de comunidades sustentáveis e inclusivas.
O vice-presidente da Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da CBIC, Ely Flávio Wertheim, destacou a emoção em ver as pessoas recebendo a chave de suas casas próprias, ainda mais quando se trata do Minha Casa, Minha Vida. “É maravilhoso saber que a iniciativa privada pode contribuir com essa alegria. A pessoa ter a sua própria casa, ter o seu endereço, saber que pode comprar e vender. Isso é muito importante.”
Wherteim reforça para os jovens presentes no encontro semanal a importância e a responsabilidade da profissão. “Então a gente tem uma atividade complexa, difícil, de longo prazo, mas muito gratificante, muito nobre. E quando a gente vai para entidades que nem a CBIC, de cada cidade ou de cada estado a gente percebe a dimensão do nosso ofício, e aí requer muita responsabilidade”, pontua.
Por sua vez, a construção, com sua capacidade técnica e operacional, torna possível a concretização desses projetos, garantindo a qualidade e a segurança das construções. Além disso, o setor também contribui para a geração de empregos e o desenvolvimento econômico local, ao mesmo tempo em que promove o acesso à moradia digna para aqueles que mais necessitam.
“Em São Paulo, há 20 anos, de cada 10 habitações de interesse social, uma era construída pela iniciativa privada e 9 pelas empresas municipais e estaduais. Hoje, de cada 10 habitações, 9 são produzidas pela iniciativa privada”, concluiu o vice-presidente da CII.
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