Mercado imobiliário do Rio deve ’aquecer’ em 2024

em O Dia, 4/março

Entretanto, redução da Selic não é sentida de maneira imediata, apontam especialistas.

Rio - As perspectivas do mercado imobiliário carioca para este ano são animadoras. De acordo com especialistas da área, a previsão para 2024 é que as negociações de compra e venda de imóveis aumentem em relação a 2023. Entretanto, a redução da taxa Selic não é sentida de maneira imediata. Em janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou a redução da taxa básica de juros, a Selic, para 11,75%, um corte de 0,5 ponto percentual. A medida influencia na porcentagem de juros cobrados nos financiamentos imobiliários. Logo, se ela cai, tomar crédito, fazer empréstimos e financiamentos fica mais barato.

"Ainda não é possível observar os efeitos da redução da Selic no mercado de compra e venda de imóveis do Rio. A expectativa é que isso aconteça a partir do segundo semestre de 2024 ou ainda em 2025, quando conseguiremos calcular tanto o acumulado quanto a variação mês a mês", explicou a porta-voz da OLX, plataforma de venda e aluguel de imóveis e outros itens, Ana Carolina Tedesco.

O gerente de Dados do Grupo QuintoAndar, Thiago Reis, engrossa o coro dos especialistas que acreditam que os efeitos da Selic serão sentidos de maneira mais lenta. "Com o ciclo de redução da taxa Selic, o mercado deve ser impactado positivamente — e, paulatinamente, nas transações de compra e venda de imóveis”, afirma.

Apesar de estatisticamente os efeitos da Selic ainda não serem perceptíveis, para o empresário Eduard Fernandes, que recentemente comprou um apartamento em Copacabana, na Zona Sul do Rio, após o anúncio da redução da taxa de juros, o financiamento ficou mais viável.

"Esperei dois anos e meio para fechar o financiamento, pois antes os bancos não estavam aprovando. Nem quem possui uma estrutura financeira maior conseguiria arcar com o valor do financiamento com a taxa que estava. A vantagem da espera foi que consegui juntar dinheiro e dar uma entrada maior, além de ter fechado com juros menores", relata.

Já o empresário Fábio Vaz também espera que a redução da taxa Selic o ajude a pagar juros menores. Ele pretende pegar um empréstimo ou recorrer a um financiamento para bancar a compra de uma residência depois de ter a casa em que morava na Pavuna alagada no temporal que atingiu a cidade e matou 12 pessoas em janeiro deste ano. "Prefiro pegar um empréstimo do que mexer no fundo de reserva da empresa e conto com o gerente do banco para me auxiliar com relação quais taxas são mais ou menos vantajosas", revela.

Número de imóveis a venda aumentou

De acordo com o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis do Rio de Janeiro (SecoviRio), atualmente na cidade há 136.260 imóveis disponíveis para venda. Em janeiro do ano passado, a oferta era de 118.646. Os bairros mais procurados para compra de imóveis são Barra da Tijuca, Copacabana, Tijuca, Recreio e Botafogo. Essas áreas apresentam tendência de valorização nos próximos meses. "Onde há a maior procura, acaba sendo os locais que mais valorizam, devido a demanda", informou a instituição em nota enviada a O DIA.

Ainda segundo a SecoviRio, o primeiro bimestre de 2024 foi o melhor dos últimos dez anos quando se trata de venda. Até o dia 27 de fevereiro, foram realizadas 7.281 transações de venda contra 5.092 em janeiro de 2023. Apesar do crescimento, a instituição credita os bons resultados a diversos fatores, além de apostar que "com a melhora da economia, queda da Selic, queda na inflação e diminuição no desemprego, a tendência é melhorar ainda mais".


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